A Mãe Ideal
Olá Amigas e Amigos!
Tudo bem? Espero que estejam bem!
Hoje é o dia da nossa Coluna: Conversando com a Clínica Base, abortando um tema que faz parte de nossas vida... A mãe Ideal. Será que existe?
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Recentemente, tive a oportunidade de ler uma série de livros destinados
aos pais de primeira viagem. Para orientá-los, os autores descrevem
minuciosamente o desenvolvimento de uma criança em diferentes idades,
aconselhando os pais sobre a forma mais adequada de lidar com as
questões que surgem em cada etapa da vida. De tudo que eu li, uma autora
em especial me fez refletir criticamente sobre esses autores que
descrevem o papel dos pais como algo que pode ser aprendido.
Elisabeth Badinter é uma filosofa francesa que publicou na França a sua
tese de doutorado “Um Amor Conquistado: O Mito do Amor Materno”,
causando polêmica ao questionar a existência do instinto materno. Para
desenvolver a sua pesquisa, Elisabeth realizou um estudo sobre o
comportamento materno das mulheres francesas ao longo dos séculos,
concluindo ao finalizá-lo que ao contrário do que espera aqueles que
acreditam no instinto materno esse comportamento se modifica de acordo
com a época em que a mulher vive e o contexto social e cultura no qual
ela está inserida. O que levou a autora a concluir que as orientações
que definem para a mulher o que é ser uma boa mãe são fruto de uma
construção social, podendo sofrer modificações com o passar do tempo.
Na ilusão de garantir aos filhos uma boa maternagem, as mulheres tentam
realizá-las, ainda que a sua realidade não lhes permita, sentindo-se
profundamente frustradas e culpadas quando não conseguem ser para seus
filhos a mãe ideal.
Para Winnicott, pediatra e psicanalista que estudou o comportamento das
mães e seus bebês, às mulheres não deveria ser ensinado o que elas devem
fazer com seus bebês. Winnicott acredita que as orientações dadas ás
mulheres pelos profissionais que acompanham a sua gestação e os
primeiros anos do seu bebê tira dela o que ela tem de mais valioso, a
capacidade de se identificar com seu filho e perceber o que ele
necessita.
É essa capacidade que só a mulher é capaz de desenvolver que garante uma boa maternagem.
Para exercê-la, é necessário que ela questione essas orientações que
definem para ela a mãe ideal, assim como as expectativas daqueles que
lhe são significativos, como seu companheiro e familiares, procurando
identificar a partir da sua história pessoal, que mãe ela gostaria de
ser para seu filho. Só assim a mulher vai conseguir transmitir nos
cuidados prestados a ele confiança, verdade e sinceridade. Não seria
essa a mãe ideal?
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